E chegou a vez do futuro!
Mas não tããão longe assim...
A proposta é escrever um conto que se passe daqui a 50 anos.
A criação é por conta de cada um, mas é importante que a parte do "futuro" não seja apenas pano de fundo para um texto genérico, e sim algo integrado na essência da história. O marcador padronizado é "conto do futuro".
Vamos botar a cabelça para funcionar, pois todo mundo ainda deve estar vivo até lá! (talvez não o Rodrigo)
Abraços e boa diversão!
terça-feira, 31 de março de 2009
sexta-feira, 27 de março de 2009
Votação
Está aberta a votação para o tema Deus.
Você tem até o dia 30 de março, segunda-feira, para votar!
Caídos
Uno levantou-se e caminhou com seus passos pesado até o meio do salão. As vestimentas brancas e azuis reluziam no ambiente claro. Olhou em volta e viu que todos estavam ali, esperando suas ordens.
- Iremos intervir.
Sua voz grave, emudecida na maior parte do tempo fez tremer o chão do templo, e criou feições de medo e preocupação no rosto de cada um de seus seguidores. O Uno uniu as mãos esticadas à sua frente e voltou a afastá-las, deixando com que um pó brilhante caísse por entre os dedos e tomasse o chão. Nos brilhos faiscantes que emitiam, viam-se diversas estrelas, e logo elas uniram-se formando o que parecia ser um mapa.
O Uno olhou para o mensageiro, que logo começou a explicar o plano. As frentes organizadas estavam ocupando um território amplo, tanto em terras quanto em poder. Estavam causando danos umas às outras, mas muito além disso, estavam perdendo o controle e atingindo todos ao seu redor.
O anjos se prepararam todos, desde o portador das curas até o das bênçãos. Mas Uno surpreendeu ao chamar dois dos renegados: Penélopos e Ramiriel.
Penélopos há muito vivia trancafiado nos cantos escondidos do palácio celestial. Ele, o Anjo da Discórdia era renegado por todos os outros. Foi convocado para se infiltrar nas organizações armadas que traziam tanto dano aos que as cercam. Depois de suas ações, outro anjo considerado de classe inferior foi chamado por Uno.
Ramiriel nunca conseguiu se enturmar com os outros, que sempre o deixavam de lado. O Anjo do Desapego raramente fazia trabalhos por ordem de Uno. Mas dessa vez foi chamado a intervir, e atuar lado a lado com Penélopos.
E assim, os dois anjos esquecidos deram sua contribuição novamente ao exército celestial. Penélopos foi indispensável para desmontar as estruturas organizacionais dos grupos em combate, com intrigas, traições e golpes inesperados. Ramiriel, por sua vez, atuou logo em seguida, apagando o fanatismo cego de ambos os lados do conflito.
Nas batalhas deste mundo, não há apenas mocinhos e vilões. Muitas vezes os heróis são os que sempre foram considerados os errados. E quem era chamado de mocinho, apenas é mais uma parte da engrenagem bélica.
- Iremos intervir.
Sua voz grave, emudecida na maior parte do tempo fez tremer o chão do templo, e criou feições de medo e preocupação no rosto de cada um de seus seguidores. O Uno uniu as mãos esticadas à sua frente e voltou a afastá-las, deixando com que um pó brilhante caísse por entre os dedos e tomasse o chão. Nos brilhos faiscantes que emitiam, viam-se diversas estrelas, e logo elas uniram-se formando o que parecia ser um mapa.
O Uno olhou para o mensageiro, que logo começou a explicar o plano. As frentes organizadas estavam ocupando um território amplo, tanto em terras quanto em poder. Estavam causando danos umas às outras, mas muito além disso, estavam perdendo o controle e atingindo todos ao seu redor.
O anjos se prepararam todos, desde o portador das curas até o das bênçãos. Mas Uno surpreendeu ao chamar dois dos renegados: Penélopos e Ramiriel.
Penélopos há muito vivia trancafiado nos cantos escondidos do palácio celestial. Ele, o Anjo da Discórdia era renegado por todos os outros. Foi convocado para se infiltrar nas organizações armadas que traziam tanto dano aos que as cercam. Depois de suas ações, outro anjo considerado de classe inferior foi chamado por Uno.
Ramiriel nunca conseguiu se enturmar com os outros, que sempre o deixavam de lado. O Anjo do Desapego raramente fazia trabalhos por ordem de Uno. Mas dessa vez foi chamado a intervir, e atuar lado a lado com Penélopos.
E assim, os dois anjos esquecidos deram sua contribuição novamente ao exército celestial. Penélopos foi indispensável para desmontar as estruturas organizacionais dos grupos em combate, com intrigas, traições e golpes inesperados. Ramiriel, por sua vez, atuou logo em seguida, apagando o fanatismo cego de ambos os lados do conflito.
Nas batalhas deste mundo, não há apenas mocinhos e vilões. Muitas vezes os heróis são os que sempre foram considerados os errados. E quem era chamado de mocinho, apenas é mais uma parte da engrenagem bélica.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Em vão
- Por Deus, não faça isso!
- Ele precisa descansar.
- Tenha piedade, eu suplico.
- É justamente por isso que devo matá-lo.
- Não podes. A vida a Deus pertence.
- Ha ha ha. A minha não. Há tempos rompi meus grilhões. A deste aqui... deixe-me ver... creio que não pertença também. Pois bem, é o que veremos na hora que eu apertar o gatilho.
- Por que fazes isso? Não vês que estás no caminho do inferno?
- Qual parte do “Bem-vinda ao inferno” você não entendeu quando nasceu?
- Ó, pobre alma. Deus, perdoa-o. Ele não sabe o que faz e fala.
Ouve-se um clique. É o som da trava sendo puxada.
- Quero ver esse desgraçado estuprar alguém de novo.
Um corpo cai no ribeirão, levando consigo uma grande barra de ferro. Imerge, lentamente, enquanto ela reza entre lágrimas e um silêncio devastador.
- Ele precisa descansar.
- Tenha piedade, eu suplico.
- É justamente por isso que devo matá-lo.
- Não podes. A vida a Deus pertence.
- Ha ha ha. A minha não. Há tempos rompi meus grilhões. A deste aqui... deixe-me ver... creio que não pertença também. Pois bem, é o que veremos na hora que eu apertar o gatilho.
- Por que fazes isso? Não vês que estás no caminho do inferno?
- Qual parte do “Bem-vinda ao inferno” você não entendeu quando nasceu?
- Ó, pobre alma. Deus, perdoa-o. Ele não sabe o que faz e fala.
Ouve-se um clique. É o som da trava sendo puxada.
- Quero ver esse desgraçado estuprar alguém de novo.
Um corpo cai no ribeirão, levando consigo uma grande barra de ferro. Imerge, lentamente, enquanto ela reza entre lágrimas e um silêncio devastador.
A Ilusão
- Sabe, às vezes eu fico pensando se poderia ter sido diferente...
- Todos os tolos pensam nisso. É o refúgio dos fracos.
“Lá vamos nós de novo...”
- Você acha tão ruim assim refletir sobre o que passou, quem sabe como forma de aprendizado para situações futuras?
- Quando não haverá situações futuras, sim. Há coisas que não podem ser modificadas. Quando você descobre pela primeira vez que seus pais trepam, não consegue voltar a acreditar na cegonha.
- Isso é verdade.
Caminhei pela velha catedral abandonada, observando suas minúcias empoeiradas. Era perceptível que ela nunca fora lapidada como deveria. Havia remendos provisórios por toda parte, que nunca se tornaram permanentes. Uma pretensiosa obra abortada em seu início.
- Não é de se admirar que tantas pessoas se neguem a abrir os olhos. Deve ser reconfortante sentir algum sentido maior em sua vida.
- Além de sobreviver e reproduzir? Sim, não é de se admirar que existam tantos idiotas no mundo.
- Você fala deles como se escolhessem voluntariamente a Ilusão. Muitas vezes é apenas uma questão de ignorância.
- Correto. E os ignorantes são idiotas.
Eu sorri. Era um dos raros momentos em que não estávamos em franco conflito, mas mesmo assim era impossível falarmos a mesma língua. Decidi experimentar uma abordagem mais incisiva.
- Mais idiotas me parecem aqueles que se conformam em ver um universo complexo de modo simplista.
- Olhe quem fala. Não tente entrar num duelo de ironia, você não terá chance comigo.
- Eu sei.
Parei diante do altar, vendo o corpo ensangüentado pregado à cruz. Redenção pela dor, alegria e tristeza em uma morte só. Não era só em desertos mortos e igrejas velhas que a Contradição praticava seu jogo sujo.
- Mas não é difícil ver que essas situações possuem muito mais variáveis do que aparentam.
- Sim, sim. Foi a educação familiar, foi a falta de conhecimento, foi uma necessidade por um objetivo cretino em um universo obtuso, etc., etc. Há uma imensidão de desculpas esfarrapadas para justificar a preguiça em pensar.
- Não posso discordar inteiramente. É fácil encontrar nas próprias Escrituras falhas internas que justifiquem a dúvida.
Ele tocou a cruz, que se desintegrou a pó, juntamente com o corpo.
- Por favor, não vamos reduzir a questão a um segmento medíocre de um problema maior. Já passamos dessa fase.
- Mostre-me o problema, então.
- Há!
As paredes da velha catedral se afastaram em uma velocidade alucinante. De repente, as suas abóbadas rivalizavam com o céu. Por todos os lados, ergueram-se símbolos e altares, exibindo desde símbolos abstratos a monstruosidades deformadas. O Cristo morto retornou, ladeado pelo hexagrama e pelo crescente. Aos seus pés, o pequeno Baphomet de cinco pontas estendia seus chifres. Ganesha, Shiva e Visnu apareciam liderando um panteão de enormes proporções. A eles se misturavam deuses desconhecidos, divindades sem nome e titãs de eras passadas. De Zeus a Marte, de Júpiter a Ares, as sedutoras Afrodite, Juno e Astarte lado a lado. Nenhuma mente poderia apreender, mesmo em uma longa observação, toda aquela diversidade de Senhores e Senhoras, sombras esquecidas ou luzes acesas nos corredores do tempo.
E então todas desapareceram em um piscar de olhos. A velha catedral voltou à sua pequenez opressiva, vazia em seu interior. No centro, uma solitária estátua humana, desprovida de qualquer característica chamativa, um altar insosso que a nenhum grande líder inspiraria.
- E este é o rosto do problema.
- O humano?
- O humano. Que outra criatura teria o poder de pensar tanto a ponto de se esquecer da vida real?
- O real varia para cada humano.
- Não me venha com essa, sei que nem você acredita nisso. O real é apenas um, a percepção do real é que varia.
- Não acaba se tornando a mesma coisa, se ninguém jamais terá como se despir de suas percepções particulares?
- Claro que não! Esse é outro refúgio de imbecilidade, achar que sua percepção particular tem alguma relevância para o universo real. Achar que tudo depende de sua própria mente é um meio preguiçoso de se esconder das coisas como elas são. O que nos leva a uma das raízes do problema...
- Fé?
- Ou, como eu prefiro dizer, o ato mentecapto de acreditar nas coisas sem se perguntar o porquê.
- Muitos dirão que a fé traz muitos benefícios para a manutenção da sanidade humana.
- Muitos já disseram que a terra era achatada. Qualquer forma de vida possui mecanismos intrínsecos que zelam pela sua continuidade. As pessoas continuarão sobrevivendo e reproduzindo, quer falem com as paredes ou não. Nada justifica a Ilusão, a não ser a ignorância.
- E os ignorantes são idiotas.
Ele sorriu.
- Vejam só, o papagaio aprendeu a repetir.
Alguma coisa nas suas últimas falas fez ressoar algum acorde no fundo da minha mente. Nada relacionado ao seu último sarcasmo. Mas uma idéia começava a tomar forma. No humano jaziam todas as contradições. Os outros seres, com ou sem mente, seguiam seus rumos de um modo relativamente linear. Pode-se dizer que havia um sentido muito claro e definido em sua vida. Por que não com o humano? Por que a busca pelo que não se pode obter? Quanto mais simples a mente, mais previsível a ação. Quanto mais derivada, mais caótico o comportamento. Onde jazia o cerne da contradição?
Ele, é claro, tomava meu silêncio prolongado como o fim de mais um embate. Se dirigiu para a saída da catedral, onde o portal se abria para a desolação.
- E se... – comecei a falar.
Ele parou.
- E se a fé for um destes... mecanismos intrínsecos de sobrevivência?.. A evolução deu aos humanos seus cérebros enormes e sua capacidade de abstração, abrindo-lhes os olhos para o mundo da imaginação...
- E eles começaram a imaginar toda sorte de tolices. Os desenhos animados japoneses são a prova disso.
- Esse é o ponto... Eles começaram a imaginar toda sorte de tolices e a procurar significados onde estes não existem. Começaram a caçar fantasmas, uma maldição originada de sua própria bênção.
- Vejam só, ele está aprendendo. Eu poderia ter dito essa frase.
- Porém, para conciliar as vantagens da abstração com seus pesares, desenvolveu-se um mecanismo que permita aos humanos lidar com sua abstração, mesmo quando eles prezam por utilizar um outro mecanismo mais adequado, a racionalidade para entender o mundo. Isso faz com que a fé seja uma necessidade humana, mesmo que desprovida de sentido lógico.
- Então a fé é um produto evolutivo que existe para que os miseráveis humanos não pirem todos diante da loucura de universo sem sentido?
- Bem, em outros termos... sim.
Ele parou por um instante. Senti uma pequena ponta de insegurança no modo como ele me olhava.
Mas logo respondeu com sua costumeira expressão de desprezo.
- Ora, que gênio! Acabou de descobrir que a hipocrisia é um atributo evolutivo do humano. Agora crie um grupo de bebês em laboratório para testar sua teoria. Tudo é possível neste mundo, mas só algumas coisas acontecem. Se essa é sua grande idéia, até mais ver.
Ele saiu sem mais palavras. Aquilo só podia significar uma coisa: eu tinha obtido algum tipo de triunfo. Não era uma grande idéia, nem fazia muito sentido, é verdade. Mas eu o havia feito pensar. Não era todo dia que um embate terminava daquele modo. Quem sabe um dia os conflitos poderiam terminar... será?
Fiquei mais um tempo na catedral, observando aquela ruína de tempos passados, lembrando de uma breve e distante época em que ela era revestida de significado. Será que houvera tal período, ou os primeiros tijolos já haviam sido lançados sob um manto de descrença? Bem, como ele havia dito, tudo é possível... Sem mais o que ver ou pensar ali dentro, atravessei o portal e segui seus passos em direção ao deserto morto.
- Todos os tolos pensam nisso. É o refúgio dos fracos.
“Lá vamos nós de novo...”
- Você acha tão ruim assim refletir sobre o que passou, quem sabe como forma de aprendizado para situações futuras?
- Quando não haverá situações futuras, sim. Há coisas que não podem ser modificadas. Quando você descobre pela primeira vez que seus pais trepam, não consegue voltar a acreditar na cegonha.
- Isso é verdade.
Caminhei pela velha catedral abandonada, observando suas minúcias empoeiradas. Era perceptível que ela nunca fora lapidada como deveria. Havia remendos provisórios por toda parte, que nunca se tornaram permanentes. Uma pretensiosa obra abortada em seu início.
- Não é de se admirar que tantas pessoas se neguem a abrir os olhos. Deve ser reconfortante sentir algum sentido maior em sua vida.
- Além de sobreviver e reproduzir? Sim, não é de se admirar que existam tantos idiotas no mundo.
- Você fala deles como se escolhessem voluntariamente a Ilusão. Muitas vezes é apenas uma questão de ignorância.
- Correto. E os ignorantes são idiotas.
Eu sorri. Era um dos raros momentos em que não estávamos em franco conflito, mas mesmo assim era impossível falarmos a mesma língua. Decidi experimentar uma abordagem mais incisiva.
- Mais idiotas me parecem aqueles que se conformam em ver um universo complexo de modo simplista.
- Olhe quem fala. Não tente entrar num duelo de ironia, você não terá chance comigo.
- Eu sei.
Parei diante do altar, vendo o corpo ensangüentado pregado à cruz. Redenção pela dor, alegria e tristeza em uma morte só. Não era só em desertos mortos e igrejas velhas que a Contradição praticava seu jogo sujo.
- Mas não é difícil ver que essas situações possuem muito mais variáveis do que aparentam.
- Sim, sim. Foi a educação familiar, foi a falta de conhecimento, foi uma necessidade por um objetivo cretino em um universo obtuso, etc., etc. Há uma imensidão de desculpas esfarrapadas para justificar a preguiça em pensar.
- Não posso discordar inteiramente. É fácil encontrar nas próprias Escrituras falhas internas que justifiquem a dúvida.
Ele tocou a cruz, que se desintegrou a pó, juntamente com o corpo.
- Por favor, não vamos reduzir a questão a um segmento medíocre de um problema maior. Já passamos dessa fase.
- Mostre-me o problema, então.
- Há!
As paredes da velha catedral se afastaram em uma velocidade alucinante. De repente, as suas abóbadas rivalizavam com o céu. Por todos os lados, ergueram-se símbolos e altares, exibindo desde símbolos abstratos a monstruosidades deformadas. O Cristo morto retornou, ladeado pelo hexagrama e pelo crescente. Aos seus pés, o pequeno Baphomet de cinco pontas estendia seus chifres. Ganesha, Shiva e Visnu apareciam liderando um panteão de enormes proporções. A eles se misturavam deuses desconhecidos, divindades sem nome e titãs de eras passadas. De Zeus a Marte, de Júpiter a Ares, as sedutoras Afrodite, Juno e Astarte lado a lado. Nenhuma mente poderia apreender, mesmo em uma longa observação, toda aquela diversidade de Senhores e Senhoras, sombras esquecidas ou luzes acesas nos corredores do tempo.
E então todas desapareceram em um piscar de olhos. A velha catedral voltou à sua pequenez opressiva, vazia em seu interior. No centro, uma solitária estátua humana, desprovida de qualquer característica chamativa, um altar insosso que a nenhum grande líder inspiraria.
- E este é o rosto do problema.
- O humano?
- O humano. Que outra criatura teria o poder de pensar tanto a ponto de se esquecer da vida real?
- O real varia para cada humano.
- Não me venha com essa, sei que nem você acredita nisso. O real é apenas um, a percepção do real é que varia.
- Não acaba se tornando a mesma coisa, se ninguém jamais terá como se despir de suas percepções particulares?
- Claro que não! Esse é outro refúgio de imbecilidade, achar que sua percepção particular tem alguma relevância para o universo real. Achar que tudo depende de sua própria mente é um meio preguiçoso de se esconder das coisas como elas são. O que nos leva a uma das raízes do problema...
- Fé?
- Ou, como eu prefiro dizer, o ato mentecapto de acreditar nas coisas sem se perguntar o porquê.
- Muitos dirão que a fé traz muitos benefícios para a manutenção da sanidade humana.
- Muitos já disseram que a terra era achatada. Qualquer forma de vida possui mecanismos intrínsecos que zelam pela sua continuidade. As pessoas continuarão sobrevivendo e reproduzindo, quer falem com as paredes ou não. Nada justifica a Ilusão, a não ser a ignorância.
- E os ignorantes são idiotas.
Ele sorriu.
- Vejam só, o papagaio aprendeu a repetir.
Alguma coisa nas suas últimas falas fez ressoar algum acorde no fundo da minha mente. Nada relacionado ao seu último sarcasmo. Mas uma idéia começava a tomar forma. No humano jaziam todas as contradições. Os outros seres, com ou sem mente, seguiam seus rumos de um modo relativamente linear. Pode-se dizer que havia um sentido muito claro e definido em sua vida. Por que não com o humano? Por que a busca pelo que não se pode obter? Quanto mais simples a mente, mais previsível a ação. Quanto mais derivada, mais caótico o comportamento. Onde jazia o cerne da contradição?
Ele, é claro, tomava meu silêncio prolongado como o fim de mais um embate. Se dirigiu para a saída da catedral, onde o portal se abria para a desolação.
- E se... – comecei a falar.
Ele parou.
- E se a fé for um destes... mecanismos intrínsecos de sobrevivência?.. A evolução deu aos humanos seus cérebros enormes e sua capacidade de abstração, abrindo-lhes os olhos para o mundo da imaginação...
- E eles começaram a imaginar toda sorte de tolices. Os desenhos animados japoneses são a prova disso.
- Esse é o ponto... Eles começaram a imaginar toda sorte de tolices e a procurar significados onde estes não existem. Começaram a caçar fantasmas, uma maldição originada de sua própria bênção.
- Vejam só, ele está aprendendo. Eu poderia ter dito essa frase.
- Porém, para conciliar as vantagens da abstração com seus pesares, desenvolveu-se um mecanismo que permita aos humanos lidar com sua abstração, mesmo quando eles prezam por utilizar um outro mecanismo mais adequado, a racionalidade para entender o mundo. Isso faz com que a fé seja uma necessidade humana, mesmo que desprovida de sentido lógico.
- Então a fé é um produto evolutivo que existe para que os miseráveis humanos não pirem todos diante da loucura de universo sem sentido?
- Bem, em outros termos... sim.
Ele parou por um instante. Senti uma pequena ponta de insegurança no modo como ele me olhava.
Mas logo respondeu com sua costumeira expressão de desprezo.
- Ora, que gênio! Acabou de descobrir que a hipocrisia é um atributo evolutivo do humano. Agora crie um grupo de bebês em laboratório para testar sua teoria. Tudo é possível neste mundo, mas só algumas coisas acontecem. Se essa é sua grande idéia, até mais ver.
Ele saiu sem mais palavras. Aquilo só podia significar uma coisa: eu tinha obtido algum tipo de triunfo. Não era uma grande idéia, nem fazia muito sentido, é verdade. Mas eu o havia feito pensar. Não era todo dia que um embate terminava daquele modo. Quem sabe um dia os conflitos poderiam terminar... será?
Fiquei mais um tempo na catedral, observando aquela ruína de tempos passados, lembrando de uma breve e distante época em que ela era revestida de significado. Será que houvera tal período, ou os primeiros tijolos já haviam sido lançados sob um manto de descrença? Bem, como ele havia dito, tudo é possível... Sem mais o que ver ou pensar ali dentro, atravessei o portal e segui seus passos em direção ao deserto morto.
Querido Deus,
Não sei se você vai ler essa carta. Não sei nem se o Papai Noel leu todas as eu que escrevi nos últimos anos. Só escrevo porque minha mãe sempre diz que a gente pode fazer pedidos pra ele e pro Senhor. Sempre funcionou com ele, deve dar certo com o Senhor também.
Vou ser bem sincero: tenho dois pedidos. Não é que eu esteja querendo demais, não, Deus – posso chamar o Senhor assim?. Minha mãe disse que somos amigos. É que um dos pedidos não é pra mim.
Esta noite, como em quase todas desde que eu me recorde, ouço minha mãe e meu pai gritando no quarto ao lado. Na verdade só ele grita. Bem, vou explicar. Ele se tranca no quarto com ela e com minha irmã. Ele grita, minha mãe chora e pede pra que ele não faça isso. Aí ele se cala, eu só ouço minha mãe gritando. Minha irmã também fala alto de vez em quando. Se não me engano, já até ouvi ela falando alguma coisa sobre dor. Meu pai fala bem alto, todos os dias, sobre “aprender como é que se faz”. Aí ele sai em disparada pelo corredor, me lança um olhar fulminante que eu nunca entendi se era de orgulho ou repúdio e sai.
Sabe Deus, a pior parte vem agora. Minha mãe sai do quarto com os olhos inchados e geralmente com algumas marcas vermelhas, às vezes até rochas. Aí ela me abraça e diz que me ama e que é pra eu esquecer. Eu não consigo, sabe. Tenho vergonha de dizer isso pra ela. Sei que ela não me perdoaria por não esquecer. Muito menos se ela soubesse que todas as noites eu vou até o quarto onde minha irmã dorme e tento fazer ela me falar o que acontece. E eu nunca tive resposta.
O que eu queria, Deus, era saber o que acontece lá dentro. Se não conseguir saber, que eu esteja lá um dia. Só pra saber, pra ver. Saber e poder mudar o choro da minha mãe e o silêncio da minha irmã. Ou, se o Senhor for tão bom quanto sempre dizem – veja, não estou duvidando nem desafiando sua santíssima bondade, é só porque não o conheço – que faça isso parar. Eu fico numa boa sem saber o que acontece, desde que isso pare.
O segundo pedido é uma vaga na escola do meu bairro. É bem ruim ter que andar uma hora pra chegar lá. Mas isso, não tem problema, eu posso continuar fazendo.
Espero que o Senhor me atenda, ou pelo menos me responda a essa carta. Vou rezar um terço a mais hoje, pra ver se essa carta chega rápido.
Jackson
Resposta a Tomas
José procurou os olhos da esposa. Do sofá da sala, pôde ver a cabeça de Graça aparecer por trás do armário da cozinha, olhos atentos, procurando os do marido. O filho, ainda calado, aguardava uma resposta.
— Então, pai, é verdade? Ele existe ou não?
Tomas percebeu a gravidade da pergunta quando a mãe se aproximou e sentou-se ao lado do pai. A última vez que tinha visto foi quando Aslan tinha ido pro céu dos hamsters. A essa altura, já se preocupava com o beta no aquário. Será que deus também lembrou de um céu para os peixes?
— Olha, filho — o pai começou enquanto a mãe o sentou entre os dois, no sofá — o que você acha?
— Eu não sei — por que os pais sempre respondem uma pergunta com outra? — eu acho que sim, mas o Pedro disse que não. Que os pais só contam isso pra gente se comportar ou ficar feliz.
— Bem, filho — a mãe começou, trocando um olhar com o pai — de um jeito, o Pedro até tem razão...
— Mas como tem razão? Papai Noel não existe mesmo?
— Na verdade não, Tomas. — o pai reforçou.
— Mas quando eu me comportei e pedi uma bicicleta ele me deu...
— Pois é, filhinho — a mãe retomou — a bicicleta foi a mamãe e o papai que compraram e deixaram embaixo da árvore. Um presente porque a gente ama muito você.
— Então tudo que eu pedi pro Papai Noel...
— Olha, Tomas — o pai interveio novamente — você já tá ficando grandinho e acho que já pode entender. Papai Noel é tipo um faz-de-conta, uma história bonita pra quando a gente é criança. Na verdade ele não existe mas é uma fantasia bonita pra gente acreditar, entendeu?
— Mas... se não tem Papai Noel, como é que tem Natal?
— Não, não é isso, Tomas. E Natal, na verdade, não tem nada a ver com Papai Noel. Natal é o nascimento do filho de Deus.
— Falando nisso, querida, é bom a gente ir andando se não quiser se atrasar pra missa.
— Ah, não! Eu não quero ir pra missa de novo!
— Vamos, Tomas. Se comporta que papai do céu tá vendo.
— Então, pai, é verdade? Ele existe ou não?
Tomas percebeu a gravidade da pergunta quando a mãe se aproximou e sentou-se ao lado do pai. A última vez que tinha visto foi quando Aslan tinha ido pro céu dos hamsters. A essa altura, já se preocupava com o beta no aquário. Será que deus também lembrou de um céu para os peixes?
— Olha, filho — o pai começou enquanto a mãe o sentou entre os dois, no sofá — o que você acha?
— Eu não sei — por que os pais sempre respondem uma pergunta com outra? — eu acho que sim, mas o Pedro disse que não. Que os pais só contam isso pra gente se comportar ou ficar feliz.
— Bem, filho — a mãe começou, trocando um olhar com o pai — de um jeito, o Pedro até tem razão...
— Mas como tem razão? Papai Noel não existe mesmo?
— Na verdade não, Tomas. — o pai reforçou.
— Mas quando eu me comportei e pedi uma bicicleta ele me deu...
— Pois é, filhinho — a mãe retomou — a bicicleta foi a mamãe e o papai que compraram e deixaram embaixo da árvore. Um presente porque a gente ama muito você.
— Então tudo que eu pedi pro Papai Noel...
— Olha, Tomas — o pai interveio novamente — você já tá ficando grandinho e acho que já pode entender. Papai Noel é tipo um faz-de-conta, uma história bonita pra quando a gente é criança. Na verdade ele não existe mas é uma fantasia bonita pra gente acreditar, entendeu?
— Mas... se não tem Papai Noel, como é que tem Natal?
— Não, não é isso, Tomas. E Natal, na verdade, não tem nada a ver com Papai Noel. Natal é o nascimento do filho de Deus.
— Falando nisso, querida, é bom a gente ir andando se não quiser se atrasar pra missa.
— Ah, não! Eu não quero ir pra missa de novo!
— Vamos, Tomas. Se comporta que papai do céu tá vendo.
domingo, 22 de março de 2009
Tema da rodada
Ok, pessoal, vamos fazer uma rodada pesada agora, para agitar as coisas.
O tema da rodada é Deus.
Textos postados até dia 26. Divirtam-se!
O tema da rodada é Deus.
Textos postados até dia 26. Divirtam-se!
terça-feira, 17 de março de 2009
Votação
Está aberta a votação para o tema Macarrão.
Você tem até o dia 20, sexta-feira, para matar a fome e vir votar.
Dzz
- Dzzz!Dzz!Sempre gostei de estragar a sopa dos humanos. Até que me afoguei presa a um fio de macarrão. DZZzz...
Instantâneo
Macarrão instantâneo de novo. É sempre a mesma coisa. Sábado, quatro horas da tarde, levantar ainda meio bêbado, tomar uma ducha e preparar um pacote de macarrão instantâneo. Acho que já provei todos os sabores desse negócio. E todos os sabores são basicamente iguais.
Acho que faz parte do ritual do homem solteiro. Não existe solteiro neste mundo que não tenha uma dieta rica e balanceada à base de macarrão instantâneo. Tem esses merdas que sabem fazer pratos especiais, mas pra mim é tudo meio aboiolado. Na boa, eu já fico bem feliz quando consigo achar algo no fundo da geladeira pra misturar na gororoba. Num dia é um ovo frito. Outro, uma lata de sardinha. Às vezes, milho e ervilha.
Hoje eu misturei com alguns restos da geladeira. Um pouco do cachorro quente da noite passada, queijo e presunto picado, duas fatias de tomate e muito catchup. Catchup é, também, uma necessidade gastronômica de qualquer solteiro que se preze. Não agüenta mais comer sempre pizza de mussarela e calabresa, porque é a que está em promoção? Ele resolve. O cachorro quente prensado que sobrou na noite anterior está com um gosto meio estranho? Ele resolve. O macarrão ficou mais gosmento que efeito especial de filme trash? Ele resolve. Acabou o queijo, o peito de peru e qualquer coisa para colocar entre duas fatias de pão? Ele resolve também.
Essa coisa de morar sozinho é engraçada. Você vive querendo se mudar e morar sozinho, para levar muitas menininhas para o seu apartamento. Mas depois que elas vão no seu apartamento, enxergam a pilha de louça suja em cima da pia e sentem o cheiro azedo que vem da cozinha, nunca mais voltam.
É por isso que eu continuo gastando tanta grana com motel. Quando começa a faltar, é só economizar no macarrão.
Acho que faz parte do ritual do homem solteiro. Não existe solteiro neste mundo que não tenha uma dieta rica e balanceada à base de macarrão instantâneo. Tem esses merdas que sabem fazer pratos especiais, mas pra mim é tudo meio aboiolado. Na boa, eu já fico bem feliz quando consigo achar algo no fundo da geladeira pra misturar na gororoba. Num dia é um ovo frito. Outro, uma lata de sardinha. Às vezes, milho e ervilha.
Hoje eu misturei com alguns restos da geladeira. Um pouco do cachorro quente da noite passada, queijo e presunto picado, duas fatias de tomate e muito catchup. Catchup é, também, uma necessidade gastronômica de qualquer solteiro que se preze. Não agüenta mais comer sempre pizza de mussarela e calabresa, porque é a que está em promoção? Ele resolve. O cachorro quente prensado que sobrou na noite anterior está com um gosto meio estranho? Ele resolve. O macarrão ficou mais gosmento que efeito especial de filme trash? Ele resolve. Acabou o queijo, o peito de peru e qualquer coisa para colocar entre duas fatias de pão? Ele resolve também.
Essa coisa de morar sozinho é engraçada. Você vive querendo se mudar e morar sozinho, para levar muitas menininhas para o seu apartamento. Mas depois que elas vão no seu apartamento, enxergam a pilha de louça suja em cima da pia e sentem o cheiro azedo que vem da cozinha, nunca mais voltam.
É por isso que eu continuo gastando tanta grana com motel. Quando começa a faltar, é só economizar no macarrão.
Lámen
Ah, eu e o Miojo, o Miojo e eu... Um belo relacionamento, iniciado há longínquos anos, e atravessando diversas fases de nossas vidas. Uma história cheia de sabores, dessabores, idas e vindas, que se mantém tórrido até hoje. Afinal, eu ainda como ele várias vezes por semana. Às vezes duas no mesmo dia. Mas confesso que estou velho, já não consigo lidar com dois ao mesmo tempo como antes...
Tudo começou no início da adolescência. Lembro-me muito bem da primeira visão daqueles pacotinhos coloridos, com um pequeno paraíso prateado de sabor. Apaixonei-me imediatamente. Não tinha como resistir: ele era gostoso, barato, nem dava trabalho para ficar no ponto. Alguns minutos de preliminares e tudo era maravilhoso. Confesso, não era muito romântico, mas éramos jovens e apenas queríamos diversão.
Parceiros de todas as horas, continuamos juntos durante toda a juventude. Mas é aquela história: morando na casa dos pais, existiam alguns limites. Tudo mudou quando começou a universidade e passei a morar sozinho. Aí a coisa virou loucura: livres, podíamos usufruir de todos os prazeres possíveis Era todo o dia. Várias vezes ao dia...
Porém, como toda relação, com o tempo foi se desgastando. Vi isso acontecer de modo trágico com outras pessoas: depois de um tempo, já não suportavam o antigo companheiro, que tantas vezes lhes acompanhou em noites frias. Chegam ao ponto de, com um sorriso cruel e mal-agradecido, chamá-lo de "Quinojo". Mas essas pobres criaturas são calouros, daqueles que ainda misturam o tempero na panela. Nunca perceberam que um relacionamento em crise não significa o fim de tudo, apenas é preciso adicionar novos temperos. Desde uma carícia tão singela quanto uma colher de requeijão, até incursões ousadas com carnes quentes e suculentas.
Mas o melhor Miojo é, sem dúvida, o Sabor Larica. Não importam os conflitos anteriores, os tempos imensos sem se ver, a renegação fútil do passado. Na hora do retorno bêbado e solitário ao lar, na alta madrugada, quando nenhum dogão despontou no caminho e até passar manteiga no pão parece uma tarefa hercúlea... Todos sentem aquela vontade de ligar para o velho parceiro e curtir alguns minutos de pura satisfação. Já dizia um antigo ditado suazilandês, o melhor tempero é a cacha... a fome, é claro!
Seja na roupa em que ele aparecer, um Galinhazinha básico, um exótico Carne com Tomate ou um sofisticado Brócolis ao Molho Branco, munido de griffes famosas ou um humilde Renata Express, eu não consigo deixar de tê-lo ao meu lado. Pode não ser mais aquele fogo de tempos idos, cheio de fome e tesão, mas ao menos é um companheirismo sincero, apoiado por necessidades e fraquezas mútuas. Digamos que não se trata mais de uma paixãozinha qualquer. É um caso de amor. Eu e o Miojo, o Miojo e eu...
Tudo começou no início da adolescência. Lembro-me muito bem da primeira visão daqueles pacotinhos coloridos, com um pequeno paraíso prateado de sabor. Apaixonei-me imediatamente. Não tinha como resistir: ele era gostoso, barato, nem dava trabalho para ficar no ponto. Alguns minutos de preliminares e tudo era maravilhoso. Confesso, não era muito romântico, mas éramos jovens e apenas queríamos diversão.
Parceiros de todas as horas, continuamos juntos durante toda a juventude. Mas é aquela história: morando na casa dos pais, existiam alguns limites. Tudo mudou quando começou a universidade e passei a morar sozinho. Aí a coisa virou loucura: livres, podíamos usufruir de todos os prazeres possíveis Era todo o dia. Várias vezes ao dia...
Porém, como toda relação, com o tempo foi se desgastando. Vi isso acontecer de modo trágico com outras pessoas: depois de um tempo, já não suportavam o antigo companheiro, que tantas vezes lhes acompanhou em noites frias. Chegam ao ponto de, com um sorriso cruel e mal-agradecido, chamá-lo de "Quinojo". Mas essas pobres criaturas são calouros, daqueles que ainda misturam o tempero na panela. Nunca perceberam que um relacionamento em crise não significa o fim de tudo, apenas é preciso adicionar novos temperos. Desde uma carícia tão singela quanto uma colher de requeijão, até incursões ousadas com carnes quentes e suculentas.
Mas o melhor Miojo é, sem dúvida, o Sabor Larica. Não importam os conflitos anteriores, os tempos imensos sem se ver, a renegação fútil do passado. Na hora do retorno bêbado e solitário ao lar, na alta madrugada, quando nenhum dogão despontou no caminho e até passar manteiga no pão parece uma tarefa hercúlea... Todos sentem aquela vontade de ligar para o velho parceiro e curtir alguns minutos de pura satisfação. Já dizia um antigo ditado suazilandês, o melhor tempero é a cacha... a fome, é claro!
Seja na roupa em que ele aparecer, um Galinhazinha básico, um exótico Carne com Tomate ou um sofisticado Brócolis ao Molho Branco, munido de griffes famosas ou um humilde Renata Express, eu não consigo deixar de tê-lo ao meu lado. Pode não ser mais aquele fogo de tempos idos, cheio de fome e tesão, mas ao menos é um companheirismo sincero, apoiado por necessidades e fraquezas mútuas. Digamos que não se trata mais de uma paixãozinha qualquer. É um caso de amor. Eu e o Miojo, o Miojo e eu...
segunda-feira, 16 de março de 2009
Penne
Sempre que brigavam, preparava penne ao limone. Para que não acontecesse novamente, resolveu caprichar no tempero.
domingo, 15 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
Tema da Rodada
Tô com fome e sem vontade de pensar. O tema da rodada é: "Macarrão".
Os textos devem estar postados até o dia 16/03.
Todo mundo pra cozinha!
Os textos devem estar postados até o dia 16/03.
Todo mundo pra cozinha!
quarta-feira, 4 de março de 2009
Votação aberta.
Devido a problemas com duelistas perdidos no meio do mato, carnaval e coisas mais, esta será uma rodada estendida. A votação está aberta até o dia 10. Excepcionalmente, nesta rodada o Félix não poderá participar por motivos particulares. Dia 11 voltamos à nossa programação normal com um novo tema.
Assinar:
Postagens (Atom)