Longe da ribalta um fantasma esconde a face partida em gesso e carne. No palco, Don Juan Triunfante recebe aplausos afetados. À frente do veludo, luz, em vermelho, a voz soprano cristal.
Enquanto atrás da cortina espia, quase mudo, o Quasímodo.
Corcunda de corpo, de rosto ou de alma.
Torto de coração.
Velado, além do veludo.
Em silêncio.
Enquanto o público ovaciona o rosto, a voz se recolhe atrás da máscara. E um meio sorriso doído se desenha sob a palidez inerte, que sabe que a cortina jamais se erguerá.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
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Um comentário:
ele escreve dif�cil e bonito, e eu gosto muito. e o Quas�modo � bom demais.
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