Pedro era um cara popular. Na escola, vivia rodeado de amigos e as garotas o disputavam. Entrou pra faculdade e resolveu estudar de verdade. Afinal, sua futura profissão dependeria de seu empenho e desempenho. Começou a perder espaço. Mesmo alguns amigos da época do colégio já não o consideravam mais o mesmo cara que era antes. Ele não se deixou abalar. Apaixonado pelas aulas de sociologia, mergulhou em livros e, mesmo sem deixar as demais atividades de lado, isso o fez perder popularidade como um escândalo de corrupção.
O primeiro grande momento de ruptura veio num dia em que amigos o convidaram para uma festa onde se apresentaria uma banda nova que estava estourando nas rádios de todo o país. Seria prato cheio para Pedro em outras épocas, mas ele recusou o convite porque precisava terminar de ler um livro de filosofia. “Ficou louco”, pensaram os amigos. Aos poucos ele ia se isolando, curtindo sua própria perda de popularidade com seus livros e rabiscos nos cantos das páginas.
Não deixava de utilizar as ferramentas de comunicação modernas como sites de relacionamentos ou programas para conversação por mensagens instantâneas, mas as pessoas em geral desaprovavam suas preferências artísticas. Filmes que ninguém conhecia, bandas que seus amigos nunca ouviram falar, livros de filosofia... Manifestar estas preferências era decretar, de uma vez por todas, uma espécie de suicídio social.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
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4 comentários:
thiago novamente trabalhando o tema de uma maneira criativa e diferenciada... gosto bastante das tuas idéias, mas às vezes acho que falta alguma coisa na narrativa em si. algum recurso diferente, palavras e frases fortes, não sei... algo para não deixar o texto meio frio, "jornalístico". mas isso é só opinião minha, pois como leitor gosto das coisas um pouco "firuladas".
ou talvez, olhando do lado de cá, Pedro estivesse nascendo de verdade.
1 abraço.
concordo com o félix. tema interessante de ser abordado, mas faltou o "algo mais" pra ele se destacar.
eu tb curto algo um pouco mais trabalhado, mas acho esse estilo bem válido e interessante tb. Acho q faltou definir talvez um ponto de tensão ou revelação, onde a carga do texto convergisse pra dar esse 'algo a mais' q o fábio falou.
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