quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A Cidade de Bronze*

Fábio Ricardo
05/12/2007
*Livremente baseado em passagem do romance A Cidade de Bronze, de 1998, escrita por Fábio Ricardo, Félix Rosumek, Douglas de Amorim e Niclas Mund.


Até mesmo o mais temido dos guerreiros teria receio daquele combate. A visão dos dois minotauros, armados com enormes machados de batalha era assustadora. O maior chegava aos dois metros e meio, enquanto o outro tinha cerca de 20 centímetros a menos que ele, ambos com armas afiadas e músculos prontos para destruir o grupo de aventureiros.

Garth foi o primeiro a agir, posicionando-se em frente a sua equipe e liberando o poder mágico de sua armadura, fazendo espinhos surgirem na superfície da couraça metálica. O grupo tinha a sorte de contar com a superioridade numérica, mesmo que seus membros fossem fisicamente inócuos contra duas criaturas tão fortes. Darien, Vhati e Baris correram em direção aos monstros, enquanto os místicos Andreas e Avram entoavam suas canções evocando as forças da natureza, a uma distância mais segura.

O minotauro maior avançou na direção de Garth, que o aguardava vestido em sua magnífica armadura negra, dotada de grandes poderes. Apenas um golpe foi necessário para lançar o guerreiro contra a parede oposta, deixando-o temporariamente fora de combate. Sem dúvidas, os aventureiros não tinham noção do poder que estavam enfrentando naquele labirinto esquecido há tantos anos. O outro minotauro correu em direção de Darien, com os chifres tentando acertar seu tronco. Um movimento rápido salvou a vida do guerreiro, que desviou da investida e conseguiu ainda desferir um golpe na perna da besta.

Avram, em um movimento circular dos braços, fez alguns gestos com a mão direita, de onde surgem três pequenos dardos feitos de gelo, que são lançados em direção ao minotauro menor. Andreas aproveitou o ataque do companheiro para gritar um palavra em uma língua já morta, disparando um raio de energia que sai de suas mãos unidas diretamente contra o peito do minotauro que acabara de ser atingido. O minotauro perde o equilibrio, balança para trás e abre a guarda para o jovem Vhati, que salta na direção do monstro e desfere um golpe de espada que sangra a face da criatura.

No fundo da sala, Garth levanta-se, observa atentamente a localização de cada um dos monstros e desenrola as correntes que a armadura trazia unida a seus braços. Criando uma espécie de chicote, golpeia o grande minotauro por duas vezes, e consegue enrolar as mãos da besta com as duas correntes. Em resposta, o monstro começa a girar o corpo freneticamente, arremessando Garth do local onde estava para a parede oposta. A criatura, meio homem e meio touro, ruge para os céus e corre na direção do adversário.

Do outro lado da sala, o minotauro mais baixo atinge Vhati no braço, causando um grave ferimento, mas que não é o suficiente para tirar o jovem do combate. Andreas intercede antes que o minotauro atinja novamente Vhati, lançando contra ele um punhal, que crava profundamente no ombro direito da criatura. O monstro investe com fúria contra o mago, que tenta desviar, mas acaba atingido nas pernas, o que o derruba no canto da sala. Baris corre em seu socorro, cravando a sua espada nas costas da besta.

Das mãos de Avram, mais três dardos de gelo são lançados contra os monstros, que são atingidos mas continuam de pé. Darien tenta atingir o minotauro mais baixo em uma nova investida, mas o monstro bloqueia seu golpe com o machado, revidando em seguida. Quando o grande machado estava próximo de atingir a cabeça de Darien, Garth, ainda no chão, lança as correntes de sua armadura, que se enrolam nas pernas do monstro o fazendo cair. Um novo ataque com as correntes faz com que uma prenda as pernas e a outra se enrole no pescoço do minotauro, sufocando a fera.

Andreas, que assistia tudo a certa distância, conjura novamente suas energias místicas e dispara um raio de energia contra o monstro caído no chão. Baris vê o monstro caído e pula com os dois pés sobre o peito da fera, vira a ponta de sua espada para baixo e crava a lâmina afiada no peito do monstro. Um urro de dor ecoa pelas paredes, quando o monstro entrega suas últimas energias.

Enquanto isso, o minotauro maior investe em alta velocidade contra o mago Avram. Garth vê a cena e tenta impedir, mas com as correntes presas no corpo do outro monstro, não pode fazer nada. O machado zumbe no ar e atinge o lado direito do crânio do místico, que com sua frágil resistência física, padece sobre o solo. Garth levanta-se com um grito, largando o corpo já sem vida da besta que havia derrotado. Com uma ordem mental, enrola as duas correntes formando um cabo de metal retorcido, e golpeia o monstro pelas costas. O golpe acerta o minotauro na cabeça, e este cai de joelhos, sem ação.

Baris corre na direção do monstro, do outro lado da sala, e Vhati golpeia a criatura na altura da nuca. Ainda resistindo, a besta se levanta a tempo de defender os golpes de Darien, que atacava em seguida. Andreas corre em socorro ao amigo místico, que não tinha conseguido resistir. Já era tarde para o corpo daquele que, por tantos anos, defendeu a vida dos outros integrantes de sua equipe.

Garth utiliza as correntes para atingir novamente o minotauro, que não consegue se defender do poderoso golpe. A força das correntes desequilibra novamente o monstro, que balança o corpo para trás, deixando sua arma cair. Baris o atinge de raspão, e a fera revida com socos e chutes. O minotauro segura o guerreiro com as duas mãos e o ergue sobre a cabeça, antes de jogá-lo do outro lado da sala. Garth aproveita o momento de distração do minotauro e enrosca seu corpo com as duas correntes. A besta tenta se livrar de sua prisão, mas não obtém sucesso. Andreas concentra todo o seu poder nas palavras místicas aprendidas com seu mestre quando jovem e grita de dor quando sente a energia partindo de seu corpo na direção do monstro. A bola de fogo que se formou atravessa a sala em uma questão de segundos, e explode em chamas contra o monstro aprisionado. Vhati se agacha e atinge com um só golpe os dois tornozelos da fera, que cai no chão.

Baris sobe sobre o corpo de mais uma besta e desfere um golpe de espada que trespassa o pescoço do minotauro, fazendo com que a cabeça da fera caia para trás. O sangue do monstro se espalha pelo chão enquanto os heróis desabam em sua dor. Vhati arranca a manga da camisa e vê a gravidade do corte. Seu braço deverá ser colocado em uma tipóia pelas próximas semanas. Garth senta-se no chão, exausto. Andreas percebe que toda sua força se esvaiu quando lançou sua mais poderosa magia. Agora podia notar o sangue escorrendo por suas orelhas e narinas. Baris e Darien correm na direção do amigo morto, que não conseguiu resistir a um combate tão intenso. Baris iniciou uma oração aos deuses, enquanto Darien embainhava a espada, sabendo que já deveriam partir antes de amanhecer, pois mais criaturas destas poderiam aparecer a qualquer instante...

3 comentários:

Rodrigo Oliveira disse...

Jáááááááár! Só tem aquele esquema q te falei "do lado oposto da sala". Mas valeu um 20-20 pelos bons tempos ehehe

Félix disse...

clássico dos clássicos! tanto aquela aventura quanto o texto. só uma dica: a mistura de tempos verbais presentes e passados, fica meio estranha, é melhor colocar tudo em um só.

Anônimo disse...

Meu deus!!
achei que isso tinha se perdido nas areias do tempo...

muito legal Fábio.

Abraços
Niclas