Maikel Felpes da Rosa Filho, brasileiro, solteiro, natural de Blumenau/SC, sempre quis entender porque o Brasil é conhecido como país do futebol. Ele já comemorava seu décimo aniversário e nunca tinha comemorado sequer um título de seu país nesse esporte. Acompanhara bem de perto as copas de 2038 e 2042, além das Olimpíadas de 2040, e não lembrava de algum grande feito do futebol brasileiro. Tinha lá um time razoável no masculino e um bom time no feminino, mas nada que pudesse incomodar as grandes potências africanas.
Seu pai lhe ensinara desde cedo que deveria seguir o exemplo de determinação daquele que deu origem a seu nome, o maior ídolo do esporte olímpico de todos os tempos: Michael Phelps, o nadador que conquistara 21 ouros olímpicos ao longo de sua brilhante carreira, entre 2004 e 2016. Sendo assim, incentivou o pequeno Maikel Felpes Filho a praticar esportes desde muito novo e decepcionou-se ao saber que o pequeno seria jogador de vôlei. “Mas por que vôlei?”, indagava desesperado.
Aos poucos, o pequeno Felpes ia mostrando que não seria mais um em quadra. Destacava-se a cada ano que passava. Conhecia os antigos ídolos da modalidade que mais trazia títulos à terra tupiniquim. Lembrava do saque “jornada nas estrelas”, característico de Bernard nos anos oitentas e reutilizado por Tande nos noventas. Citava estrelas como Giba e Nalbert, que marcaram época no início do novo milênio, entre tantos outros astros do voleibol brasileiro.
Mailkel Felpes, o pai, queria que o filho jogasse futebol, afinal, o Brasil é o país do futebol. Lembrava dos tempos gloriosos contados por seu avô, que vibrava a cada gol de romário em 1994 e não cansava de contar sobre o gol de falta do Branco contra a Holanda. Mas tudo parecia muito longe da realidade. O pequeno Felpes nunca vira um espetáculo de futebol internacional de alto nível ser vencido pela seleção brasileira.
Um comentário:
Merecida a homenagem ao volêi brasileiro. Gostei muito não somente pela abordagem mas também por que escreves muito bem.
A ambientação da história no tempo futuro também me agradou bastante.
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