quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Game over!!!

06/ago/2008

Fechou a porta do carro e a chave foi direto para a ignição. Vrumm. Vrumm. Ele não sabia dirigir, mas isso não seria problema. Pra quem usa as tecnologias de um computador um carro não pode ser tão complicado assim. Vrumm, vrumm. Ele tentava se acostumar com os pedais, um pouco menos sensíveis do que aqueles que costumava pisar no videogame e nos fliperamas. VRuummm. Engatou a primeira já esticando os giros do motor. O carro berrava, chorava, e aumentava de velocidade. Prestes a fundir o motor, sentiu o alívio da segunda marcha, mas o pé do garoto continuava no fundo e, logo, a segunda também seria pouco. Seguiram assim até atravessar a ponte entre Itajaí e Navegantes na BR 101 e logo entraram no trevo que dá acesso à 470. Irritado por encontrar um caminhão à frente, o garoto resolve duplicar a rodovia. Vira o volante para a direita, entra no acostamento como se fosse uma segunda pista. Com a visão obstruída pelo caminhão, não vira o que o esperava na “outra pista”. Encontrou a velocidade e a emoção que queria, mas também aquilo que imaginava só acontecer com os outros. Só deu tempo de ouvir dois gritos desesperados e o som das ferragens de uma moto se retorcendo por baixo do carro. Ele ainda não tinha aprendido que nem todos os jogos permitem reinício.

4 comentários:

Rodrigo Oliveira disse...

to falando q essa molecada tem q parar de jogar need for speed. Ao menos com Age eles não tem como invadir um país. Segunda vez q vc busca referência em games, será q rola aí um diálogo entre essa plataforma e literatura? Isso dá pra dar uma estudada. As narrativas estão aí, nas duas plataformas.

Félix disse...

fico curioso pensando com o que o rapaz se chocou no acostamento...

Thiago Floriano disse...

Rodrigo...se o cinema é uma união entre as demais artes, os games têm o potencial de ser o cinema interativo... é incrível como as fabricantes de jogos exploram isso e pouco se estuda a respeito... abraço...

Anônimo disse...

a vida devia ter um ctrl+z, um reiniciar, ou qualquer coisa assim. o foda da vida real é isso, não dá para experimentar como no videogame.