16/08/08
"A maior celebração da paz mundial segue hoje com novas competições e atletas em busca do primeiro lugar. Teremos uma grande rodada e esportes coletivos com a...".
Os homens se preparavam na concentração. A fala era pouca, a voz mais atuante era a do narrador televisivo.
"... grupos de homens e mulheres se enfrentarão num embate sem guerra, onde apenas um emergirá com o ouro, mas todos serão vencedores..."
O clima era tenso, mas todos no aposento tinham a mente tranquila. Era para aquilo que estavam ali. Era seu foco. Seu objetivo. Sua vida.
"... o espírito olímpico permeia a todos, atletas e público, como se pode ver no emocionado abraço das vencedoras da competição de ontem no pódio e a ovação da platéia local para..."
Em breve, os homens confrontariam outros onze. E não poderiam errar. Pequenos deslizes e anos de preparação poderiam ir por água abaixo. Era hoje. Ou nunca.
" pois o esporte apaga as diferenças e une os homens. Um enfrentamento pacífico onde corre apenas suor e não sangue, e onde o prêmio é a glória e não a morte..."
Fecharam os zíperes das malas, pegaram as máscaras e checaram por uma última vez as balas. Uma nuvem cobriu o sol que banhava Munique. Aquele setembro seria realmente negro.
sábado, 16 de agosto de 2008
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2 comentários:
se eu apostasse teria ganho. sabia q essa história ia aparecer! Mas gostei da escolha da forma de narrar. conseguiu gerar o suspense sem q se percebesse.
Que forma inventiva de compor um texto! Já torna a rodada difícil de escolher.
Gostei muito da intercalação da narração do locutor e a ação dos terroristas.
O final ficou excelente. Mas, o que mais me impressionou foi a ótima combinação de voz e ação que ressalta o contraste que dista a mensagem de paz e congraçamento emitida pelo locutor da intenção sanguinária dos terroristas.
DEZ!!!
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