terça-feira, 6 de outubro de 2009

Exército de Esqueletos

Quando suas bocas estiverem secas
Suas salivas pegajosas, suas gargantas ardentes
E a sede embotar, cruel, o raciocínio em suas mentes

Lembrem-se dos banhos tomados! Lembrem-se das carnes assadas!
Lembrem-se dos pisos lavados! Lembrem-se das gotas pingadas!
Lembrem-se dos carros cintilantes! Lembrem-se das piscinas ao sol!
Lembrem-se dos canos empestantes! Lembrem-se dos venenos ao céu!

Vocês não terão nem lágrimas para chorar
Quando seus corpos forem apenas cascos secos
E eu me juntarei, rindo, ao exército de esqueletos

3 comentários:

Rodrigo Oliveira disse...

A maldição profética do ambientalista necromante :)
Foco diferente, interessante. A imagem do exército de esqueletos me soou legal. A forma tb teve o seu capricho. Curtinho, diferente do que vc costuma fazer, mas com a mesma marca registrada.

Fábio Ricardo disse...

Eu costumo reprovar tuas poesias pq elas tem um ar... não sei bem como explicar... esnobe!

Aqui, o esnobe caiu como uma luva, já que é uma praga ou maldição. Combinou com o estilo e se sobressaiu.

gisele disse...

já acabou a votação... mas...
tem um quê de Nietzsche aí...