Escrevo apenas para dizer o quanto amo vocês. Aqui as coisas são estranhas, diferentes. Nada é como a gente pensa que é na verdade. Estamos lutando uma guerra que não é nossa, onde não conhecemos sequer o rosto do inimigo. Aqui, todo mundo é culpado até provar o contrário.
Não fazemos amigos entre si. Há, no máximo, um nível de tolerância entre os rapazes. Todos sabemos que em uma noite de combate, todos podemos morrer. E ninguém quer carregar nas costas o fardo de ter perdido um amigo. Mais um amigo.
Nos mantemos com a mente ocupada a maior parte do tempo, para não pensarmos no que está por vir. São treinamentos, competições, apostas e brigas. Temos horários pré-determinados para tudo. Mas somos fortes e resistiremos. Vocês aí podem ficar tranquilos.
Voltarei para casa em breve, com duas medalhas penduradas no lado esquerdo do peito, as mãos calejadas e a pele morena do sol implacável. Mas voltarei e voltarei feliz por estar em casa.
Eu te amo mãe, eu te amo pai. Mandem abraços à Jenny e aos pais dela. Em breve estarei em casa para podermos esquecer que tudo isso um dia aconteceu.
Com amor e saudades,
Tom
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2 comentários:
opa, pelo visto temos um soldado inglês... já tinhamos um russo e um alemão... será qual vai ser o próximo? ahhaahaha
o soldado anônimo (e universal) da Marina. Os dois textos seguiram um caminho parecido. famílias, medalhas, cartas e um retorno improvável.
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