Em um reino distante
Brilham o sol e a lua
Mas, em dado instante
A danação se configura
Apu, a Grande Serpente
Se ergue em fogo e fúria
Acolá estremece o vidente
Serão eras de dor e penúria
Reza a ancestral profecia
Não haveria o apocalipse
Pois a paz Apu encontraria
No buraco negro do eclipse
Mas o monstro impaciente
Pelo negro sol não espera
Sua imponência não mente
A fome consome a fera
No reino não há descanso
O rei abandona seu posto
E o camponês no remanso
Ouve o vidente sem rosto
“São tempos de inglória
Mas há esperança nos dias
Pois se erguerão da escória
Nossos insuspeitos messias”
“Cinco serão os amigos
Unidos por sangue e aventura
Dispostos a encarar os perigos
Que se cante a sua bravura!”
Vindo de terras baixas e bravias
O guerreiro Odedã, anão de valor
Ao lado do que indica as vias
Dinar Doric, o elfo rastreador
Laruan, com o fogo no fim
Um feiticeiro de poucas ações
Com o pequeno Hodin Nim
Que furtivo invade negros salões
Porém cada herói fica diminuto
Próximos ao seu líder valoroso
Para salvar o mundo em luto
Unidos por Doméi, cavaleiro poderoso
Sem perder tempo parte a companhia
Não sem ouvir o vidente a última vez
“Há muitos perigos, Apu não é sozinha
E que Mepala Serandon esteja com vocês”
O Arrigab atravessam incansáveis
Deserto que traga os irresolutos
E se esquivam de terrores improváveis
O Abismo de Gobium de enigmas ocultos
Os desertos e abismos se acanham
Pelas ameaças que estão pela frente
O horror e desespero que acompanham
Quem invade a Floresta dos Holpentes
Só com sua firmeza de espírito
Os heróis sobrevivem ao Holpente
Ente horroroso de conto e mito
Que louva Apu, a Grande Serpente
De sofrimento a saga se faz
Medo assola o piromante
Não podem olhar para trás
O final se revela adiante
Saindo da mata de sombra
Vacila até o temerário
Mesmo Doméi se assombra
Com o pavor daquele cenário
Sobre os montes gêmeos de Gabos
Repousa o imponente colosso
Com Holpentes cercando seus lados
Sem se aproximar do ser ominoso
Encarando seu desafio final
Deixam aos deuses suas apostas
Odedã grita em carga frontal
Os quatro atacam pelas costas
O poder de Apu não é lenda
A face rubra de fogo infernal
Sua forte carapaça aguenta
Dano que destroçaria um mortal
Mas o panteão vela os valentes
E a força cede ante a bravura
Sob golpes cruéis e potentes
Apu sente a derrota em agrura
Por fim, em golpe poderoso
O monstro cede e tomba latente
Vomita seu ícor leitoso
E o mundo está em paz novamente
Os heróis retornam em glória
O povo nas ruas comemora
Mas o vidente conhece a história
Sabe que o mal nunca vai embora
“Apu voltará a se erguer
Pois inquieto é o animal
Até o Buraco Negro aparecer
E encontrar seu destino, afinal!”
Não há fábula com só um significado
A palavra é tão enganosa quanto o ar
Como em um cubo mágico desordenado
Só na ordem certa suas facetas irá revelar
domingo, 16 de agosto de 2009
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5 comentários:
Obviamente tudo isso é uma grande brincadeira descompromissada, não uma poesia séria. Mas até que deu um trabalhinho para montar. Com mais trampo em cima dá para melhorar os versos e colocar mais trocadilhos infames.
HUAUAHAUHAUAUAUAHAUAHUAHUHAUHUHUH!
Meh! Nem lembrava mais disso.
acho animal essa cantigga... típicos dos bardos e trovadores.
mas acho q fugiu um pouco do tema, sei lah. tava mais pro assassinato da criança, hahahaha
Fábio, acho interessante teu comentário para mostrar como surgiu a idéia do texto. Inicialmente pensei fazer uma intepretação externa à figura também, olhando para um quadro. Mas logo desejei uma intepretação interna, achando que seria um desafio maior interpretar o conteúdo. Mas isso é uma coisa complicada pois, sendo uma coisa abstrata, permite ir para muitos lados. O jeito foi pegar uma idéia de história já existente e mesclar com elementos da figura: o "buraco negro do eclipse", a figura humanóide sem rosto (o vidente - até falando ele está na figura, percebeu?), a figura serpentóide, o cubo mágico... Não deu para incluir tudo, é claro, mas acredito que essa abordagem mantenha o texto próximo do tema.
E tu chegou a ver a história por detrás da história, né? :D
claro, claro... eu jah tinha lido a primeira versão da história... ainda lembrava bem. Talvez por isso, os elementos contidos na obra de arte e que foram levados pro teu texto não tenham me chamado tanto a atençaõ.
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