A torre está vazia. Não há mais princesa, o espelho não é mágico, não há fada madrinha. Sem princesa não há dragão, sem dragão sem ilusão, nem príncipe varão, nem corcel ou alazão. A torre está vazia.
Mas no Shabbath as bruxas dançam. O guerreiro se faz garboso, uma luz na torre acende, ascende o dragão. O menino acorda e o príncipe levanta. Monta o corcel e desafia a imensidão. Cruza terra e cruza o mar. Cascos fazendo onda, espada cortando vagas, cauda de espuma branca riscando o teto de Poseidon. Menino aspira o ar salgado, o príncipe de elmo emplumado, Quixote,Valente, sonhador. Cascos atravessam mares, à planície d’outro lado, e, sobre montanhas, lançam-se nos ares. O cavaleiro com um sopro apaga os vulcões, com um golpe derruba tufões, o trotar deita distâncias ao chão. No horizonte uma montanha, na montanha um castelo, no castelo o dragão. O príncipe apeia, escala a montanha, lá no alto a torre
Entrando por ali, a beleza esplendorosa. Deitada sob o dossel a amada esperançosa. Inclinou-se sobre a bela, que aguardava um beijo seu. Mas cessou por um momento e o beijo arrefeceu. O menino já dormia para o homem acordar. Amanhã já é segunda, ele deve retornar. A torre está vazia.
Um comentário:
mto bom, prosa e poesia caminhando de mãos dadas.
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