sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Estalactite

Thiago Floriano
23/jan/2008

- Juvêncio Linger da Silva. Por favor, me acompanhe. O doutor Damatta já vai lhe atender.
O pequeno homem caminha apreensivo até o consultório do velho amigo, o Dr. Damatta. Se não tivesse concentrado em sua própria enfermidade, certamente estaria a apreciar o visual daquela jovem secretária que caminhava à sua frente.
- Boa tarde, seu Juvêncio. O que o traz aqui desta vez? – Perguntou o médico em tom familiar.
Seu Juvêncio não sabia como descrever o que sentia. Sentou-se frente à mesa do médico e resolveu falar.
- Há alguns dias estou sentindo uma dor aguda perto da clavícula. É como se houvesse uma faca que me corta mais a cada minuto.
Dr. Damatta ouve atentamente e se põe a examinar o paciente.
- Não há dúvida. O senhor está com estalactite.
O homenzinho suou frio. Estalactite não parecia uma inflamação simples como otite, sinusite ou amigdalite. Era algo mais imponente, mais grave, sem dúvida.Talvez algo semelhante à meningite ou hepatite, quem sabe. A demora do doutor em esclarecer o que falara já o amedrontava. Será que esta inflamação do tal de “Estalacto” era reversível? Será que deixaria seqüelas?
- É apenas um pequeno pedaço, mas vou precisar retirar isso imediatamente – comenta o médico já segurando uma pinça esterilizada. – Fique calmo, respire fundo e diga 33.
- Trinta e AI!
- Pronto. Saiu. E na próxima vez que for a Botuverá, convide os amigos!

4 comentários:

Suzana Mafra disse...

Que texto bom!

Fábio Ricardo disse...

hahaha
fantástico!

Anônimo disse...

haha
a minha colaboração foi Botuverá? x)

Rodrigo Oliveira disse...

Se saiu bem da presepada. Curti!