16/06/08
Um novo dia raiou para o navegante. Da praia alva onde morosas ondas espumam na areia, partiu com sua nau, estendo a vela ao sol reluzente de terras imortais. Partiu para a imensidão azul, onde sua alegria e liberdade eram absolutas, em busca de novas terras, novas águas, novas descobertas. Nos vagalhões aquosos onde cavalgou, foi acompanhado por gaivotas e golfinhos, lutou com grandes peixes para obter seu pescado e, vez por outra, fugiu às pressas de colossais sombras que se moviam sob as águas, algumas tão grandes que até seus contornos eram impossíveis de discernir.
O navegante passou por ilhas onde habitantes exóticos lhe prestaram homenagens, com presentes, músicas e sabores nunca antes explorados. Amigos ele fez, amantes deixou a sonhar nos portos, inimigos cultivou nas mesas de jogo e brigas de taberna. Chegou a continentes tão distantes quanto os mitos e cidades tão formidáveis quanto os mares. Nos mercados da prateada Celephais, trocou suas mercadorias por artigos provenientes dos confins do mundo. Na ilha onde o Ngarok se ergue ominoso, contemplou o cume envolto em nuvens onde, diz-se, os deuses dançavam no passado. Navegou mesmo por águas escuras e céus sinistros, esquivando-se dos rochedos pontiagudos da costa que leva ao maldito planalto de Leng, com seus segredos sinistros e a Kadath na vastidão fria, cujos caminhos até hoje apenas um homem ousou trilhar.
Despido de receio ou moderação, navegou até o limite do horizonte, e ali o barco se alçou aos céus. Agora o navegante viajava entre nuvens e um outro oceano azul que logo se dissipou, dando lugar à eterna noite espacial pontilhada de estrelas. O navegante guiou seu barco entre astros, visitou planetas e orbitou estrelas, conhecendo maravilhas inimagináveis e perigos incompreensíveis para aqueles que da sua terra nunca saem. Viu coisas que não gostaria se arrastando pelo lado escuro da Lua, e prudentemente passou ao largo do fungoso Yuggoth, nos confins do Sol. Conheceu raças sábias muito além dos limites solares, que construíam cidades enormes com torreões ciclópicos. Viu a vida lutando debilmente para se firmar em terras tão hostis quanto os mais aterradoramente idealizados Avernos. E habilmente circundou a espiral galáctica, devorada pela monstruosidade negra em seu centro, como na Terra evitaria um redemoinho em pleno mar.
Porém, chegou a hora do navegante dar meia volta e retornar às paragens familiares e sua velha conhecida praia. O dia esmorecia e o navegante atracou seu barco e recolheu sua vela. A aventura deu lugar ao descanso, enquanto outro homem se levantava para mais um dia de trabalho. Adormecido em um sono de realidade profunda, o navegante aguardou por mais um despertar, quando novas maravilhas o aguardariam sob um sol reluzente de terras imortais.
Um novo dia raiou para o navegante. Da praia alva onde morosas ondas espumam na areia, partiu com sua nau, estendo a vela ao sol reluzente de terras imortais. Partiu para a imensidão azul, onde sua alegria e liberdade eram absolutas, em busca de novas terras, novas águas, novas descobertas. Nos vagalhões aquosos onde cavalgou, foi acompanhado por gaivotas e golfinhos, lutou com grandes peixes para obter seu pescado e, vez por outra, fugiu às pressas de colossais sombras que se moviam sob as águas, algumas tão grandes que até seus contornos eram impossíveis de discernir.
O navegante passou por ilhas onde habitantes exóticos lhe prestaram homenagens, com presentes, músicas e sabores nunca antes explorados. Amigos ele fez, amantes deixou a sonhar nos portos, inimigos cultivou nas mesas de jogo e brigas de taberna. Chegou a continentes tão distantes quanto os mitos e cidades tão formidáveis quanto os mares. Nos mercados da prateada Celephais, trocou suas mercadorias por artigos provenientes dos confins do mundo. Na ilha onde o Ngarok se ergue ominoso, contemplou o cume envolto em nuvens onde, diz-se, os deuses dançavam no passado. Navegou mesmo por águas escuras e céus sinistros, esquivando-se dos rochedos pontiagudos da costa que leva ao maldito planalto de Leng, com seus segredos sinistros e a Kadath na vastidão fria, cujos caminhos até hoje apenas um homem ousou trilhar.
Despido de receio ou moderação, navegou até o limite do horizonte, e ali o barco se alçou aos céus. Agora o navegante viajava entre nuvens e um outro oceano azul que logo se dissipou, dando lugar à eterna noite espacial pontilhada de estrelas. O navegante guiou seu barco entre astros, visitou planetas e orbitou estrelas, conhecendo maravilhas inimagináveis e perigos incompreensíveis para aqueles que da sua terra nunca saem. Viu coisas que não gostaria se arrastando pelo lado escuro da Lua, e prudentemente passou ao largo do fungoso Yuggoth, nos confins do Sol. Conheceu raças sábias muito além dos limites solares, que construíam cidades enormes com torreões ciclópicos. Viu a vida lutando debilmente para se firmar em terras tão hostis quanto os mais aterradoramente idealizados Avernos. E habilmente circundou a espiral galáctica, devorada pela monstruosidade negra em seu centro, como na Terra evitaria um redemoinho em pleno mar.
Porém, chegou a hora do navegante dar meia volta e retornar às paragens familiares e sua velha conhecida praia. O dia esmorecia e o navegante atracou seu barco e recolheu sua vela. A aventura deu lugar ao descanso, enquanto outro homem se levantava para mais um dia de trabalho. Adormecido em um sono de realidade profunda, o navegante aguardou por mais um despertar, quando novas maravilhas o aguardariam sob um sol reluzente de terras imortais.
3 comentários:
Gostei muito. Ainda anseio por um texto deste, teu e escrito em primeira pessoa. Vou sentir orgulho.
nessa linha "lovecraftiana", um texto em primeira pessoa não demora pra sair... embora na parte "ciclo dos sonhos", geralmente o cara escrevia em terceira pessoa também.
(sim, esse é mais um conto influenciado pelos mundos de h. p. lovecraft)
mais um pra sessão lovecraft. sweet.
gostei da transição do entremundos.
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