Ping!
— Bom dia.
— Bom dia. Nono, por favor.
— Pois não.
Entre as quatro paredes de metal, eu e o ascensorista. E Ray Connif na rádio interna. Sete anos, a mesma rotina. A mesma música. Os mesmos nove andares. Mas não hoje.
— Aliás, oitavo.
— Oitavo?
— Oitavo.
— Pois não, senhor.
Ping!
— Oitavo, senhor.
— Obrigado.
Do corredor à porta de incêndio. Nas escadas, um degrau por vez. Passo a passo. Cada vez mais alto até a porta com o número nove. Novo corredor. O velho corredor. O corredor de todos os dias. Dez passos até a porta de madeira. A mesma empresa. Os mesmos rostos. Os mesmos bom dias falsos. Hoje, sem resposta. Hoje sem sorriso.
A porta de vidro transparente. A sala do chefe. Porta a dentro.
Um único verbo, silencioso, num dedo médio em riste.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
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5 comentários:
asorei esse texto ficou muito interessante.Parabéns....bjus Elis
Muito bom... é difícil escrever sem verbo mas você fez isso muito bem!
Parabéns
Muito muito bom
É fato! Escreves como poucos!
Ab, Cris
Como não ser sua fã?
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