11/01/08
- Quais são as condições?
- Padrão. Nenhuma distorção regional significativa. Sem quasares, sem buracos negros. Apenas os buracos de minhoca, e nenhum conduzindo para fora da região.
- Galáxia de tamanho médio, formato e densidade de matéria usual. O isolamento relativo tem algum significado?
- Sem interferência externa. Sistema semi-fechado.
- Muito bem, qual o experimento?
- Vida emergindo com frequência elevada. Diversas manifestações, mas apenas um padrão de consciência emergindo.
- Isto geralmente implica em grande sobreposição.
- Exato. Potencializada por uma elevada congruência no uso do meio, em relação às formas mais elevadas.
- E a morfologia? Variável ou restrita?
- Fortemente restrita para as formas capazes de viajar pelo vácuo relativo. Um módulo principal, um cognitivo / sensorial, quatro auxiliares.
- Não são padrões demais?
- Faz parte do experimento.
- Quais os objetivos?
- Verificar os efeitos da sobreposição na evolução do sistema.
- Interessante. Previsão para os resultados?
- Iniciando a partir de cinquenta rotações da galáxia. Segundo a Lei Máxima, agora só podemos esperar para ver.
* * *
- A vida realmente está florescendo em abundância.
- Sim. A primeira viagem no vácuo relativo foi feita muito cedo.
- Isto pode desequilibrar o sistema rapidamente.
- Fiz os ajustes necessários para evitar um desequilíbrio precoce.
- Isolamento?
- Exato. Deste modo, o avanço da tecnologia também é significativamente retardado. O nivelamento permite maior riqueza de interações.
- O momento das interações parece bem próximo.
- Veremos o que vai ocorrer.
* * *
- Conflito.
- Exato. Resultado perfeitamente compreensível, dada a sobreposição.
- A semelhança de padrões de consciência não poderia levar à harmonia? Por facilitar a comunicação?
- Talvez. Pontualmente e temporariamente ela emerge, mas sempre de maneira condicional. Por exemplo, a forma precoce e dominante está aliada a outras duas formas consideravelmente derivadas.
- Mas, ao que parece, a harmonia não é o padrão.
- De modo algum. O conflito predomina. Curiosamente, parece potencializado pela sobreposição não-total da consciência.
- Sobreposição de recursos e pequenas diferenças de consciência levando ao conflito.
- Exato. A forma dominante parece ter compreendido. Seu esforço de guerra parece voltado para a padronização completa.
- E como seus aliados reagem?
- Pesam entre o poder da forma dominante e o temor da padronização. Duas formas derivadas unidas a uma forma dominante não parece um arranjo equilibrado. O sub-sistema é extremamente instável.
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- Traição.
- Resultado esperado.
- Teria gerado aniquilação, se não fosse pela intervenção.
- Provavelmente. A forma dominante era significativamente mais poderosa. O resultado seria diferente se não tivessem feito a descoberta e não fossem mais os mesmos.
- E agora?
- As duas formas remanescentes continuam a apresentar um desequilíbrio. O resultado é óbvio.
- Será o conflito entre formas com diferentes graus de derivação um padrão?
- Sem dúvida.
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- Muitos sub-experimentos estão em curso concomitantemente com o principal, não?
- Exato. Mas às vezes é preciso fazer pequenos ajustes. Para manter a riqueza de interações.
- Tais intervenções não atrapalham os resultados do experimento principal?
- Não, estes são robustos o bastante para resistir a intervenções. Os padrões centrais estão claros: sobreposição no uso do ambiente; derivação em ritmos desiguais; consciência sujeita a pequenas diferenças. Todas as condições geram o conflito. É natural, esperado e inerente ao sistema.
- E os sub-experimentos?
- Centrados em ver como diversas condições menores implicam no comportamento das formas ao longo do tempo. Um exemplo está neste sub-sistema. As formas do terceiro corpo interno.
- Parece apresentar uma combinação peculiar de derivação e primitividade.
- Exato. A lógica é observar como se comportam após o contato.
- No momento, a probabilidade parece ser de aniquilamento rápido.
- Sim, mas pequenos ajustes serão feitos. Do tipo que alguns indivíduos da forma chamariam de "acaso fortuito", outros de "milagre".
- Mas tudo será feito de modo que nenhuma das formas terá noção de seu verdadeiro papel no universo, correto?
- Correto. A antiga forma dominante foi exceção. E servirá bem para nossos fins.
- Que assim seja. Pois a ignorância é uma condição básica do experimento primordial.
- Exato.