quinta-feira, 16 de outubro de 2008

À margem

Se eu estiver calado não me perguntes o porquê. Enquanto fitar o horizonte, estarei perdido em devaneios e pouco poderei responder. Contando que meus olhos estejam voltados para mim, não terei chance alguma de expor o que penso... sinto... vejo... então, apenas calo. A menos que me vejas abrir-me ao mundo, não forces uma aproximação atrapalhada. Pois, contando que estou perdido em mim mesmo, preciso apenas redescobrir-me... reescrever-me... redesenhar-me... E, por final, caso penses que estou louco, uma vez que tenhas lido tudo isso, faças o que quiseres. Perguntes... aproximes... desde que aceites nossa condição de estar sempre (apenas) beirando a harmonia.

3 comentários:

Marina Melz disse...

solidão e harmonia, condicionais uma da outra. gostei.

Vivi disse...

Simplesmente adorei essa perspectiva da intimidade. Essa necessidade de interagirmos com o outro é uma condição que varia conforme os limites de cada um. Essa tensão entre a intimidade e o isolamento caiu muito bem no texto.

Rodrigo Oliveira disse...

Confordo com a Vivi. O q mais curti foi essa tensão, uma membrana quase palpável, no texto.