Marina Melz
26/02/2008
O desejo é um zumbi dentro de mim. Ora brando, ora incendiário. Se vivo, consome minhas entranhas. Se morto, torna a vida um insuportável preto e branco.
A saudade é um zumbi dentro de mim. Ora esquecida, ora avassaladora. Se viva, uma tortura para a alma. Se morta, um inconcebível aperto no peito.
O ódio é um zumbi dentro de mim. Ora suportável, ora ensandecedor. Se vivo, garra para lutar contra. Se morto, uma calmaria ensurdecedora.
A vaidade é um zumbi dentro de mim. Ora enriquecedora, ora insportável. Se viva, me garante bons dias de bom-humor. Se morta, me faz esquecer como é encarar a mim mesma.
O ciúme é um zumbi dentro de mim. Ora afetivo, ora desapego. Se vivo, uma tortura emocional das mais fortes. Se morto, me preocupa o desapego.
Você é um zumbi dentro de mim. Ora esquecido, ora insuportavelmente presente. Se vivo, um misto de alegria e conscentimento. Se morto, uma falta inexplicável.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
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5 comentários:
foi quase um "sete pecados II"...
é verdade. e dentro da marina tem um zumbri. será que zumbri come célebro? :)
Isso quer dizer que a Marina é um Zumbi?
*medo*
Mas concordo com o Félix... lembrou bastante o último texto.
O floriano tbm já fez um conto de "o tema dentro de mim", mas no caso era uma estalactite, hehe.
hahahaah, sobre o comentário do fábio...
quanto ao texto... que final porrada!
Muito bonita a construção das palavras. Achei bastante original. Utilizou um foco privilegiado, confessional, intimista. Para mim, você fechou com chave de ouro pela relação dialógica com um outro dentro de si. Isso fica nítido no último verso quando se dirige a um Tu que se mantém silencioso do princípio ao fim . Amei!
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