quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A lei da verdade no século XXI – Parte I


I – Muitas das histórias já nascem provisórias.

Brasil. Santa Catarina. Florianópolis. Trindade. Nossa história de hoje está localizada no bairro onde reside grande parte dos estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, ou apenas UFSC.

Melina é uma estudante de Ciências Sociais. Está no quinto semestre e mora com uma amiga em um dos blocos de um famoso condomínio residencial da localidade, mas não nos cabe dar o endereço exato da moça. Namora há cinco meses com um rapaz conhecido como Carlão.

Carlão é um estudante de Engenharia Mecânica. Está no sétimo semestre (ou no quarto, ou no oitavo... não sabe dizer exatamente) e mora sozinho em um edifício no bairro Saco dos Limões. Namora há três meses e meio com Melina.

Há cerca de um ano Melina e Carlão se conheceram em uma festa da turma de Jornalismo, dentro do campus da universidade. Não é bem o tipo de festa que Carlão costumava frequentar, já que o negócio dele sempre foi ir onde o grande público (feminino) está. “Música boa eu ouço em casa”, dizia com orgulho o jovem aprendiz de boêmio.

Por sua vez, Melina era a típica frequentadora daquelas festas. Violão ou uma banda e gente reunida sempre foram atrativos naturais para aquela garota de cabelos sobre o ombro e roupas mais discretas do que espião. Mas sua discrição não foi suficiente para escapar dos olhos verdes escuros de Carlão. Em pouco mais de vinte minutos de festa, a abordagem já tinha sido feita. A aproximação inicial com piadinhas infames surpreendeu a garota. “Que retardado”, pensou consigo mesma. Mas ele conseguiu sua atenção. Era só o que precisava acontecer para que em pouco tempo eles estivessem agarrados num canto qualquer ao som de Aerocirco.

E foi assim que se desenhou mais um início de história romântica. Carlão nunca quis casar. Melina sonha com isso desde que descobriu o que é casamento. Quanta diferença. “As coisas em comum tornam uma relação agradável, mas são as diferenças que a tornam interessante”, lembrava Melina a si mesma sem lembrar o autor da frase que há muito havia decorado.

Hoje pela manhã, Melina acordou com Carlão ao seu lado e ficou imaginando como seria a casa deles quando casarem, daqui a dois anos. Ele continuou dormindo. Um belo domingo de sol. Que maravilha!

Ela se levantou e preparou café para os dois, suspirando de paixão. Ele acordou. Ela ouviu barulho vindo do quarto e, correndo, atirou-se sobre ele, cobrindo-o de beijos. Ele permanecia sonolento.

Vocês já entenderam onde vai chegar essa história?

Ela vai terminar o namoro e não demora muito. Cedo ou tarde, vai perceber que o relacionamento foi construído sem alicerces. A história foi escrita a giz e, mesmo que o giz acabe, ainda há tijolo de construção antes que se encontre a primeira caneta para passar a limpo. Tarde ou mais tarde, Carlão pode querer algo mais sério. Pode tentar mudar. Mas aí também pode ser tarde demais. “Ô ô uôo. Tarde demais. Já deixou passar. O que ficou podia ser o seu maior prazer”¹. E se eles acharem uma boa e velha máquina de escrever?

¹ Trecho da música Tarde Demais, da banda catarinense Aerocirco.

4 comentários:

Marina Melz disse...

Uma história que acontece ao som de duas ou três músicas do Aerocirco sempre é bonita, mesmo que acabe. Afinal de contas, "o mundo é feito de jeitos de encarar".

Fábio Ricardo disse...

achei q a frase tema entrou meio empurrada no texto. na verdade só não curti mesmo este último paragrafo. A construção estava ótima até ali.

Thiago Floriano disse...

realmente o final parece meio forçado, vou precisar rever isso outra hora.

Anônimo disse...

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